quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Doce Flagelo


Nesse abandono,
levo somente as chaves do tempo...
Não desejo dos sentimentos
seus sobejos suplicados
e nem das falácias ao vento.

Nesse abandono,
nem levo lenço.
Tranquei as lágrimas
da noite calada
junto aos soluços
que  minha alma fez tremer
naquele quarto pulsante
onde se abrigou o breu.

Nesse abandono,
nem penso.
Meu doce flagelo,
consiste em saber
que tudo que partiu de mim
ressecou num deserto escuro
de  palavras frias,
que agora, eu, sem tempo
apago a luz  e vou...


Solange Bretas

Um comentário:

Maurélio disse...

Fantásticos seus versos Solange, os li com muita emoção.
Terno beijo

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