segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Pétalas Secas





A noite fez-se de outono
Vestiu sua obscuridade
Com as pétalas secas
de minha alma sofrida.
O fruto não vingou.
O seio não foi fecundo,
no cálice não se abrigou vida.
O que faltou?
No ar, paira o perfume
do abandono de primavera,
deixei de ser flor,
tornei-me espinhos aos seus pés.
O vento forte sopra na face
varrendo jardins do meu olhar
levando consigo o que pensava ser meu,
as folhas, pétalas e o que se sonhara
vir a ser um doce fruto...
Um galho retorcido,
pisado a beira do caminho
virará pó como minhas pétalas secas
pelo sol que despresou meu florir.


Solange Bretas

2 comentários:

Irene Moreira disse...

Demais de lindo . Que luta. Bjs

Nathalia Fernandes disse...

É interessante notar a superação da subjetividade latente em seu íntimo em cada verso seu. Acho que são poucos que conseguem realmente fazer de cada verso uma pétala de alma para formar lindas flores. Pétalas, secas ou não, serão sempre pétalas.

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